Resenha (Livro) – As Confissões | Santo Agostinho + Santa Mônica | A. Brugnolo

Oi pessoal, tudo bem? A paz!

Essa semana comemoramos duas datas em nossa Igreja: dia 27 de agosto, dia de Santa Mônica, e dia 28 de agosto, dia de Santo Agostinho. Então falaremos hoje no blog, sobre esses dois queridos santos de nossa Igreja.

Na pequena biografia Santa Mônica: Mãe de Santo Agostinho, escrito por A. Brugnolo, sabemos como foi a vida dessa mulher que tornou-se santa por rezar, por acreditar, por interceder. Mônica nasceu em Tagaste (norte da África), no ano de 332, numa boa família cristã. Aos vinte anos foi entregue como esposa para Patrício, de quarenta anos (como o costume da época). Motivada a ganhar o céu, rezou incansavelmente pela conversão do marido, que era pagão e violento. Rezou ainda mais por seu filho mais velho, Agostinho, que vivia no pecado, nos vícios, e seguia a uma seita (maniqueísmo). Muito incentivada pelo Bispo Ambrósio, um dia ouviu dele a seguinte frase: “Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas”. Mônica passou 33 anos rezando por seu filho.

O livro é de uma beleza sem tamanho, onde conhecemos mais da infância de Santa Mônica, período tão decisivo de nossas vidas; de sua vida particular como esposa e mãe; e principalmente de sua intensa vida de oração, para que seu filho e seu marido se convertessem.

“Os fortes são criados pelos fortes e pelos bons. Assim oh! mães, sede fortes e santas e criareis um forte. Vosso filho será como sois, como o quiserdes: puro, nobre, generoso, intrépido, se tiverdes no coração estas virtudes e se souberdes plasmar estes ideais na alma tenra dos vossos filhos. Se a mãe, pelo contrário, privada desses ideais, for leviana e vulgar, o filho se lhe assemelhará e será vulgar e frívolo” (in Santa Mônica, p. 66)

Uma questão que muitos de nós temos em mente, antes de conhecermos a vida de Santa Mônica e seu filho é: Mas por que Deus demorou 33 anos para que o filho de Mônica se convertesse? Pois Padre Paulo Ricardo irá nos responder exatamente isso, no vídeo abaixo:

“Seria possível que Vós, o Deus das misericórdias, desprezásseis o coração contrito e humilhado de uma viúva casta e sóbria, esmoler, obediente e veneradora dos vossos santos, que não deixava passar dia algum sem levar a sua oferenda ao vosso altar?” (in As Confissões, p. 139)

No livro As Confissões, de Santo Agostinho, temos acesso a treze livros, onde o autor irá literalmente se confessar: contar a Deus todos os seus pecados, toda sua vida, tudo o que fez de desagradável a Deus, a seita da qual participou (sempre em busca da Verdade). Aurélio Agostinho era o primogênito de Patrício e Mônica, e nasceu em 13 de novembro de 354, na mesma cidade que sua mãe. Saiu de casa aos dezesseis anos, para poder estudar. Foi um menino muito inteligente, e dedicava boa parte de seu tempo aos estudos, à filosofia e à poesia. Nessa época de paixões e juventude, acabou convivendo com uma moça, e teve um filho, que deram o nome de Adeodato.

“Ó esperança minha desde a mocidade, onde estáveis e para onde Vos apartastes? Não fostes Vós quem me criou, quem me distinguiu dos animais da terra e me fez mais sábio do que as aves do céu? E, contudo caminhava por trevas e resvaladouros e procurava-Vos fora de mim, sem descobrir o Deus do meu coração. Tinha chegado à profundeza do mar. Desconfiava e desesperava de encontrar a verdade” (in As Confissões, p. 151)

Sempre em busca de sucesso, Agostinho foi embora para Roma, e lá abriu uma escola de retórica (a arte da palavra, oratória, arte de bem argumentar). Mas com a intenção de ficar mais próximo ao bispo Ambrósio, mudou-se para Milão. A fim de encontrar a Verdade (como já dito acima, ele era um grande estudioso), e também recebendo as respostas às suas grandes questões, Ambrósio foi um dos responsáveis pela sua conversão (Fonte). Depois da morte desse homem santo, Agostinho por grande aclamação do povo, tornou-se bispo. Em sua vida, ele escreve inúmeros sermões, cartas, e um total de 113 obras. Destacam-se “Cidade de Deus”, e “As confissões” (Fonte).

N’As Confissões, temos um estilo literário totalmente diferente, onde podemos ter um estranhamento muito grande no início. Não sabemos se é poesia, se são epístolas ou oratória – ninguém sabe ao certo que gênero literário é utilizado. Porém, algumas pessoas dizem ser um gênero aproximado dos Salmos (veja que no livro inteiro ele cita diversas passagens), onde nosso Santo ousa falar com Deus somente daquela maneira. Sim, pois As Confissões nada mais são do que uma conversa com Deus. E não da maneira que nós conversamos (onde imaginamos o que Deus está nos dizendo), mas uma maneira que somente os grandes santos, os grandes seres que tiveram um caminho pedregoso de santidade tiveram a oportunidade de ter.

O que mais me tocou durante a leitura, foi ver a humanidade de Santo Agostinho. Se olharmos para nossa vida particular e compararmos com o que foi sua vida, nos veremos muito mais pecadores do que ele. Porém, o seu encontro pessoal com Deus foi tão forte, tão inteiro, que todos seus pecados veniais, para ele, eram pecados graves (sim, ele tinha pecados graves também). Talvez por isso, sua decisão de se entregar totalmente a Deus, tenha demorado. Ele chegou a negar todos os prazeres carnais, para fazer a vontade de Deus de maneira íntegra.

“Dizia dentro de mim: ‘Vai ser agora, agora mesmo’. E pelas palavras caminhava para a decisão final. Estava a ponto de cumprir, e não a cumpria. Já não recaía nas antigas paixões, mas estava próximo delas e respirava-as. Ao mesmo tempo esforçava-me por chegar a uma decisão. faltava pouco, sim, faltava pouco. Já quase a atingia e segurava. Mas ainda lá não estava nem a tocava, nem a alcançava, hesitando em morrer na morte ou viver na vida. (…) Simplesmente me mantinha indeciso” (in As Confissões, p. 232/3)

Sendo o livro dividido em duas partes (onde a primeira parte temos acesso do livro I ao livro IX; e na segunda parte do livro X ao livro XIII), podemos também ter outro estranhamento: na primeira parte, Agostinho confessa a nós seus pecados, conta como foi difícil sua conversão, se arrepende de todo o coração de tudo o que fez por vaidade carnal. E na segunda parte, Agostinho conversa diretamente com Deus. E onde há o estranhamento nisso, se a primeira parte já é uma confissão, e quando confessamos é para Deus?

Acredito ser no direcionamento de suas palavras. Por mais que a primeira parte trate de suas confissões (e isso é para Deus em primeiro lugar), ele nos “alerta”, nos indica um caminho de santidade. Aponta seus erros, seus arrependimentos. É quase como nos pedir para que tomemos um rumo em nossa vida rs, para que também sejamos salvos. No livro X (que já está na segunda parte), Agostinho termina de nos expor suas vaidades, como por exemplo, a sedução da gula, do perfume, da música e das belezas naturais. Nos demais três livros que finalizam As Confissões, há um louvor belíssimo a Deus e à sua criação.

É um livro de leitura não tão fácil, mas de uma grandeza que somente quem foi tocado por Deus verdadeiramente é que poderia escrever da maneira como Santo Agostinho escreveu.

Indicamos os dois livros a todos! Ele foi publicado pela Minha Biblioteca Católica, que é um clube de livros católicos incrível! Acesse os sites abaixo para saber mais sobre esse lindo projeto:

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Atenção! Todos os assinantes da Minha Biblioteca Católica receberam como brinde (além do livro de Santa Mônica) uma aula espetacular com o professor Rafael Falcón, onde temos acesso ao conteúdo exclusivo para assinantes. Portanto, as pessoas que se associarem para o próximo mês (outubro), também poderão ter acesso à aula do prof. Falcón 😉

Título: Santa Mônica / As confissões

Autor: A. Brugnolo / Santo Agostinho

Editora: Minha Biblioteca Católica, 2018

Páginas: 73 p. / 454 p.

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